terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O que é um disparate?

Disparates há-os de vários tipos: ideias francamente fraudulentas, ideias que são engraçadas mas falsas, ideias requentadas, com algo de verdade, mas pouca utilidade, e por aí fora. Há ainda os preconceitos não testados ou as opiniões que se têm só porque sim.

Temos também os raciocínios lógicos com falhas, as teorias que já foram ultrapassadas mas que se mantêm na cabeça das pessoas, as primeiras impressões que perduram, as teorias que até são válidas, mas que são mal compreendidas e aplicadas de forma absurda (como dizer que Einstein provou que tudo na vida é relativo).

Na caça ao disparate, há que dizer uma coisa: muitas das boas ideias de hoje serão consideradas disparates daqui a algum tempo. Não há nada de errado nisto: um disparate é uma ideia que já se provou falsa ou que está em competição com uma ideia francamente melhor. Essa ideia francamente melhor pode vir a encontrar concorrência mais forte e transformar-se, ela própria, num disparate. 

Por exemplo, quando se descobriu que a Terra, afinal, não está no centro do universo, passou-se a considerar o Sol como o centro do dito cujo. Era tudo menos disparate — os espíritos mais informados eram os que consideravam o Sol como centro do universo. Hoje, acreditar que o Sol é o centro do universo é um disparate, o que não quer dizer que esses que acreditavam nessa ideia fossem parvos ou disparatados. Antes pelo contrário.

Ou seja, um disparate é uma ideia que devia ser abandonada, mas não o é por má-fé, ignorância ou simples teimosia — ou por outras razões curiosas, como dar jeito para determinada discussão ou para chatear determinada pessoa.



Fonte da imagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/57/Heliocentric.jpg

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